Pelo menos 48 mil baianos perderam suas casas entre 2008 e 2012 por causa de eventos como chuvas fortes, deslizamentos de terra e alagamentos. Ainda assim, 51% dos municípios do estado não possuíam, neste período, qualquer estrutura para atuar na prevenção de desastres naturais, e 48% não tinham instrumento relacionado a gestão de riscos. Os dados são parte da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic/2013), divulgada nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra ainda que, nos cinco anos analisados, pelo menos 42% das 417 cidades baianas sofreram com alagamentos, 10% com deslizamentos de terra e 13% com enchentes. No Brasil, segundo a pesquisa, só as enchentes atingiram 1.543 municípios (27,7%), em cinco anos, totalizando 1,4 milhão de pessoas desabrigadas ou desalojadas. O Coordenador de Disseminação de Informações da Unidade Estadual do IBGE na Bahia, Joilson Rodrigues de Souza, esclareceu ao jornal Correio que a pesquisa identificou que as cidades não estão preparadas para combater as tragédias naturais. “O estudo mostrou a falta de habilidade da gestão da maior parte dos municípios sobre esses temas”, destacou. E o problema não atinge apenas cidades do interior. A cidade de Salvador é apontada pelo instituto de pesquisa como a campeã no país em incidência de deslizamentos de terra, com 6.615 ocorrências, seguida por Recife, em Pernambuco, com 3.345 registros, e Volta Redonda, no Rio de Janeiro, com 1.705 fatos registrados. O diretor do geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Alvaro da Silveira Filho, explica que o mais recente mapeamento das áreas de risco da cidade para deslizamentos de terra foi feito em 2004. “Nesse levantamento, chamado Plano Diretor de Encostas, foram computadas 433 áreas de risco em Salvador. Passados 10 anos, já estamos pensando em atualizar esses números, para melhorar as ações de prevenção”, explica.
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