O Ministério Público de São Paulo investiga denúncias de venda ilegal de órgãos que teriam sido feitas por funcionários do Serviço de Verificação de Óbitos da capital (SVO), entidade ligada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a promotoria, há suspeitas de que o serviço – que fica dentro do Hospital das Clínicas – seria omisso na busca por familiares de pessoas ou amigos das pessoas que morreram e, sem autorização, extraia e vendia órgãos para uma rede de instituições de pesquisa e atendimento médico. A promotoria diz que ao menos duas testemunhas que trabalham diretamente no local alegaram ter presenciado a retirada e venda de materiais de cadáveres não reclamados por parentes. O SVO é a entidade estadual responsável por identificar as causas de mortes de pessoas desacompanhadas, em geral ocorridas nas ruas ou em hospitais públicos. Em entrevista por telefone na semana passada, o médico Luiz Fernando Ferraz da Silva, atual diretor do SVO e professor de patologia da Faculdade de Medicina da USP, afirmou que órgãos são retirados apenas "em situações específicas". "Em geral, os corpos são sepultados em conjunto. Existem situações específicas em que os órgãos são utilizados, sempre com finalidade de pesquisa, e isso não se aplica a pacientes não reclamados", afirmou. Questionado sobre as suspeitas, o diretor se limitou a responder que "todas as informações que forem solicitadas pela promotoria do Ministério Público, sobre qualquer investigação, serão diretamente encaminhadas a eles". A promotoria ainda não tem certeza sobre a finalidade da suposta venda de órgãos. A investigação apontaria para uso em pesquisas e não para transplantes. Informações do UOL.
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