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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

OMS declara epidemia de Ebola emergência sanitária mundial

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declara o surto de ebola como uma emergência sanitária internacional e decreta medidas para tentar frear a proliferação da doença que já matou cerca de mil pessoas em quatro países africanos. A entidade admite que o surto está fora de controle.

O anúncio foi feito hoje em Genebra, depois de dois dias de reuniões entre os principais especialistas do mundo sobre a doença. Até hoje apenas a pólio e a gripe A haviam sido declaradas como uma emergência internacional. “Esse é um evento extraordinário”, declarou Margaret Chan, diretora da OMS. “Minha decisão, baseado no que está ocorrendo e diante do risco que isso significa, foi de declarar uma emergência mundial”, afirmou. Ela foi orientada por um grupo de 20 especialistas.

O temor é de que a doença saia do Oeste da África e migre para grandes cidades, inclusive na Europa ou mesmo para centros comerciais do continente africano. Nos últimos dias, empresas como a British Airways e a Emirates deixaram de voar para a região mais afetada.

O primeiro alerta sobre a doença foi dado há cinco meses com os primeiros casos sendo registrados em Conakry, capital da Guinea. Hoje, com 1,7 mil infectados, o surto é o maior já registrado desde que a doença foi descoberta pela primeira vez em 1976 no Sudão e na República Democrática do Congo.

O volume de casos em 2014 é quatro vezes superior ao pior surto já identificado, no ano 2000. O que vem assustando os especialistas ainda é que, ao contrário de casos no passado, o surto parece não perder força e continua se espalhando.

Diante desse cenário, o Comité de Emergência da OMS se reuniu para determinar o que fazer a partir de agora.

Entre as recomendações adotadas não está a restrição de viagens aos países mais afetados, como Libéria, Sierra Leoa e Guinea. Apesar de a Nigéria contar com dois mortos e nove suspeitos, a OMS optou por não sugerir a interrupção de viagens ao maior país da África. “Isso teria um impacto econômico grande demais para essas economias”, declarou Chan.

Mas a OMS exige que pacientes ou pessoa contaminadas permaneçam nos países – salvo em casos de autorização para tratamento – e que aeroportos estejam preparados para escanear cada um dos passageiros que tenha um vôo para sair dos países. Pessoas suspeitas de estarem contaminadas ainda devem ficar em isolamento por 30 dias e todos os eventos públicos – como missas e jogos de futebol – devem ser anulados.

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