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segunda-feira, 18 de abril de 2016

A presidente Dilma Rousseff (PT) mediu mal quem escolheu para inimigo – ou adversário


A presidente Dilma Rousseff (PT) mediu mal quem escolheu para inimigo – ou adversário, para tratar com um eufemismo. Desde os tempos de líder do PMDB, no já longínquo 2014, Eduardo Cunha (RJ) mostrava que não daria trégua para a petista. Tanto que, antes da eleição do peemedebista para a presidência da Câmara dos Deputados, a própria Dilma tentou viabilizar a candidatura rival de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Apostou alto. E perdeu. Ali, a justificativa pública que Cunha precisava para partir para ofensivas cada vez mais duras apareceu – nos bastidores, indicações não atendidas para cargos e investigações contra o peemedebista contribuíram para azedar a inexistente relação. Nesse cenário, Dilma, quase sem trato político, deixou o vácuo necessário para que um ás regimental ocupasse espaço. Enquanto Cunha tinha um exército de seguidores, o Palácio do Planalto apostava em articulações equivocadas. Tentou até mesmo envolver o vice-presidente da República, Michel Temer, que foi alçado à condição de coadjuvante pela própria Dilma. Um coadjuvante de luxo, para falar de maneira mais branda. Temer, presidente do PMDB, maior força parlamentar do Brasil, e conhecedor profundo dos subterfúgios da Câmara dos Deputados, ganhou então as razões para romper com a presidente. Cunha e Temer, companheiros de longas datas, juntaram a fome com a vontade de comer. Tornaram-se protagonistas na derrota de Dilma neste domingo (17). Por 367 votos, a oposição admitiu o processo de impeachment da petista e encaminhou o processo para o Senado, responsável agora por julgar, em definitivo, a aplicação da cassação ou não do mandato da presidente.

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