Uma dona de casa de 25 anos, Vanessa Aparecida Ramos do Nascimento, contou em depoimento à Polícia Civil do Paraná que participou da morte da filha de 6 anos, por submetê-la a sessões freqüentes de espancamento. As surras eram parte de um ritual, que seria “um plano espiritual de Deus” para purificar a filha, Maria Clara Zortea Ramalho, que Vanessa afirma que estava possuída por demônios. A mulher confessou ainda que teve a ajuda de uma amiga, Giulia Albuquerque –elas indicaram à polícia o local onde enterraram o corpo da garota, desparecida desde o início de março. A cova foi feita em Santa Tereza do Oeste, a cerca de 22 quilômetros de Cascavel, onde ocorreu o homicídio. "Ela (Giulia) dizia que Deus tinha um plano na minha vida e que Deus ia mudar a minha história, que eu ia ter marido, prosperidade e toda essa história, só que para eu receber isso tinha um plano espiritual que eu tinha que fazer. E esse plano era corrigir os meus filhos e que se eles fizessem alguma coisa errada tinham que ser castigados. Eles tinham que apanhar". Maria Clara já havia sido espancada no dia 4 de março, e foi colocada no porta-malas de um carro. Vanessa ainda tentou retirá-la, mas Giulia disse que "Deus quer que ela fique um pouco mais". A menina só foi removida no dia seguinte, mas já estava morta. Quando ela despareceu, seu pai fez um boletim de ocorrência e procurou o Conselho Tutelar, mas o crime só foi descoberto nesta segunda-feira (28).
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