O Ministério Público Federal (MPF) em Eunápolis, extremo sul da Bahia, apresentou uma denúncia contra dois índios Pataxós, Lourisvaldo da Conceição Braz e Valtenor Silva do Nascimento, de terem cometido homicídio doloso (com a intenção de matar) contra um fazendeiro da região, Raimundo Domingues Santos. Na denúncia consta que os Pataxós sequestraram o fazendeiro e o homicídio foi classificado como “vingança”, além da destruição e ocultação do cadáver. Os indígenas já haviam denunciado que o fazendeiro ameaçou três índios em maio deste ano. O crime aconteceu no dia 10 de agosto deste ano, na Fazenda Brasília, situada na zona rural de Porto Seguro, a 707 km de Salvador. De acordo com o inquérito da Polícia Federal, Raimundo Santos e Manuel Messias Cardoso, seu amigo, foram até a fazenda para o fazendeiro retirar alguns animais da propriedade. Desde 24 abril de 2014 o local, estava ocupado pelos indígenas da etnia Pataxós - O MPF não tem informações se o local pertencia a Raimundo. De acordo com o amigo do fazendeiro, Lourisvaldo apontou uma arma para Raimundo e pediu que o outro índio acusado, Valtenor, amarrasse os seus braços e depois apertou o gatilho. Manuel Cardoso fugiu do local. A Polícia Federal ainda não encontrou o corpo do fazendeiro, aumentando as suspeitas de que foi ocultado. O procurador da República Edson Abdon pediu que os indígenas fossem condenados pela prática de crimes de sequestro e cárcere privado, com pena de reclusão de dois a oito anos; homicídio qualificado por motivo torpe (vingança) e de forma que tornou impossível a defesa da vítima, com pena de reclusão de 12 a 30 anos; bem como destruição e ocultação de cadáver, com pena de reclusão de um a três anos.
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