Torcedora racista diz está arrependida e quer se retratar

A torcedora do Grêmio flagrada ao chamar o goleiro Aranha, do Santos, de “macaco” disse estar arrependida e que pretende se retratar. A informação foi dada pelo advogado de Patrícia Moreira, Guilherme Rodrigues Abrão, que conversou com a cliente nesta segunda-feira (1°). A jovem de 22 anos não quis falar com a imprensa, mas de acordo com o advogado ela teria recebido diversas ameaças, inclusive de estupro, e teve todos os seus dados expostos na internet. A família também não foi poupada. Uma prima de 14 anos não pode ir à escola e a mãe da garota passou mal. "Ela me relatou que sofreu ameaças, que vizinhos apedrejaram a casa e está preocupada com a própria segurança. Qualquer medida vai ser tomada após a apresentação dela na delegacia e prestar depoimento. Depois ela vai estudar o que vai fazer sobre isso”, disse Abrão. Ele disse que ainda não teve acesso ao inquérito, mas que sua cliente não é racista. "É uma menina nova. Foi flagrada, cometeu uma infelicidade, quer se desculpar. Infelizmente, no futebol, a gente sabe que às vezes prevalece mais a paixão que a razão e ela escolheu um julgamento errado", acrescentou. A Polícia Civil pretende ouvir a jovem até o final desta semana. Segundo o delegado Herbert Ferreira, responsável pelas investigações, ela ainda não foi intimada a depor. Além de Patrícia, outro torcedor, que não teve o nome divulgado, também foi identificado. Eles podem ser indiciados por injúria qualificada. Neste domingo (31), os policiais receberam um vídeo de mais de uma hora de duração com imagens de câmeras de segurança da Arena do Grêmio, que mostram os possíveis atos relatados pelo jogador. As imagens já começaram a ser analisadas." Tem mais gente para ser identificada. No depoimento do Aranha, ele foi bem claro ao dizer que várias pessoas o xingaram. Vamos analisar as imagens para saber quem são", disse Ferreira.