O potencial de escoamento das produções agrícola e mineral da Bahia pela Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) foi o tema da audiência pública realizada nesta terça-feira, 27, no auditório da Secretária Estadual de Agricultura (Seagri), na Feira Internacional do Agronegócio (Fenagro), no Parque de Exposições, em Salvador. O encontro foi promovido pela Comissão Especial do Complexo Intermodal da Fiol, Porto Sul e Complexo Viário do Oeste da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Presidente do colegiado, o deputado Antonio Henrique Júnior (PP) agradeceu ao público que compareceu à audiência de interesse dos produtores rurais do oeste baiano. “Precisamos terminar essa ferrovia para promover o desenvolvimento da Bahia. A ALBA está a disposição para debater questões que venham facilitar o crescimento do nosso estado”, afirmou. Titular da comissão especial, o líder da bancada governista, deputado Rosemberg Pinto Lula (PT), também defendeu a conclusão da Fiol para que a produção baiana tenha uma via de escoamento a baixo custo e em menor tempo. “A Fiol tem que ser uma ferrovia que gere desenvolvimento e interação entre as principais regiões produtivas da Bahia”, enfatizou.
A Fiol ligará o município tocantinense de Figueiropólis a Ilhéus, com extensão total de 1.527 mil quilômetros. O trecho entre Barreiras e Caetité possui aproximadamente 36% de obras concluídas, enquanto o trecho de Caetité a Ilhéus já chega a 76%. Cada trem terá velocidade máxima de 80km/h, quando vazio. A estimativa é que cada trem tenha até 170 vagões e seja equivalente a 500 caminhões.
Empreendimento que vai complementar a Fiol no escoamento da produção baiana, o Porto Sul está com 100% de autorizações e licenças emitidas. O porto terá canal dragado de até 24 metros de profundidade, capacidade para navios com 220 toneladas e início das operações previsto para o ano de 2025. Atualmente, o projeto aguarda a conclusão do processo de desapropriação da área iniciado em junho de 2016.
Ao falar para o público presente na audiência, o vice-governador João Leão, também secretário do Desenvolvimento Econômico (SDE), informou que a SDE empenhou, nesta quarta-feira, o valor de R$ 5 milhões para desapropriação da área do Porto Sul.
A Bahia Mineração (Bamin) utilizará a estrutura Fiol – Porto Sul para escoar a produção mineral da região de Caetité, onde está localizada a Mina Pedra de Ferro. De acordo com o gerente geral de planejamento e estratégia da empresa, a companhia vai usar menos de um terço da capacidade da Fiol e metade do Porto Sul, havendo, assim, amplo espaço para escoamento da produção agrícola.
O titular da Secretaria de Agricultura da Bahia, Lucas Costa, lembrou que o conjunto de obras de infraestrutura vai potencializar o desenvolvimento do agronegócio baiano. “Obras como estas irão melhorar muito o trânsito da nossa produção, barateando o custo do transporte e fazendo com que o produto chegue com preço mais em conta ao consumidor”, afirmou.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras e vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Moisés Schmidt, apresentou o cenário de produção e exportação de grãos como soja, milho e algodão. Na oportunidade, o dirigente externou demandas de produtores da região, como a melhoria da logística, que inclui a conclusão da BR-020 ligando a área produtiva a Fortaleza, a modernização da BR-242 ligando o oeste ao Porto de Aratu, a conclusão da BR-135 de Barreiras a Correntina, e a conclusão da Fiol.
O presidente da Associação dos Produtores de Café (Assocafé), João Lopes, ressaltou a necessidade da Fiol para o desenvolvimento do estado. “Temos um potencial enorme para crescimento do oeste, e o meio de transporte não pode ser caminhões. É impossível imaginar o crescimento do oeste dependendo de caminhão”, afirmou. Coordenador do Colegiado do de Desenvolvimento Territorial da Bacia do Rio Grande, Baltazarino Júnior conclamou o apoio aos colegas produtores, aos deputados e ao vice-governador João Leão para que seja marcada uma audiência pública em Brasília com representantes do governo federal. O objetivo, explicou, é pedir que a União não desacelere a construção do trecho 2, de Barreiras a Caetité, trajeto que vai beneficiar diretamente a região oeste.
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