Uma operação que pretende combater um esquema de fraude
contra o fisco estadual e de concorrência desleal em licitações públicas foi
deflagrada e dois foram presos em Salvador, segundo informações da Secretaria
da Fazenda do Estado (Sefaz-Ba), neste domingo (15).
Intitulada Operação Aleteia, a ação foi realizada no
sábado (14) na capital baiana e em São Paulo, mas um dos suspeitos foi preso
neste domingo, em Salvador. As investigações da força-tarefa partiram da
constatação, pela Sefaz-Ba, da sonegação fiscal praticada pelas diversas
empresas integrantes do grupo.
A operação reuniu o Grupo de Atuação Especial de Combate
à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária e Econômica (Gaesf),
do Ministério Público, a área de inteligência da Sefaz-Ba e a Polícia Civil,
através do Departamento de repressão ao Crime Organizado (Draco).
As empresas são suspeitas de cometer diversas
irregularidades, como a inserção de declarações falsas nas informações
econômico-fiscais, em que eram omitidas aquisições de mercadorias tributadas, e
a utilização de sócios "laranjas", com o objetivo de ocultar
operações tributáveis e de obter isenção de responsabilidade penal e tributária
pelo não recolhimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS).
"Eles [empresários] se organizavam em grupos para
realizar concorrência desleal em licitações e emitiam notas fiscais falsas. Os
órgãos públicos não participaram da ação, foi o grupo que agiu contra os órgãos
públicos de municípios da Bahia. Nossa estimativa é de que prejuízo causado
pelas fraudes fiscais é de R$ 4,5 milhões, mas como eles utilizavam muitas
notas fiscais falsas, o valor pode ser maior. A investigação começou há três
anos", explicou Sheila Meireles, responsável pela área de inteligência da
Sefaz-Ba.
A investigação também aponta que, com práticas
fraudulentas, a organização criminosa desestabilizava o mercado por meio de
concorrência desleal, praticando preços muito inferiores ao mercado e
permitindo aos integrantes do esquema a
acumulação de patrimônio de forma irregular.
Ainda segundo a Sefaz, quatro mandados de prisão já
foram cumpridos, dois deles em São Paulo, pois segundo a secretaria,
empresários suspeitos de envolvimento na fraude moram na capital paulista.
Cerca de 26 mandados de busca e apreensão também serão cumpridos. "Não
podemos ainda informar quantos mandados de prisão serão cumpridos até porque
alguns deles ainda estão em andamento", disse Meireles.
Os mandados de busca e apreensão têm o objetivo de
coletar os documentos necessários à instrução do inquérito policial em curso, e
à fiscalização das empresas utilizadas como fachada no esquema. O MP também
solicitou à Justiça o bloqueio dos bens e das contas bancárias dos
investigados. As investigações também contaram com a participação da
Coordenadoria de Segurança e Inteligência Institucional (CSI) do Ministério
Público da Bahia e o apoio da Polícia Civil de São Paulo.
A suspeita de que os golpistas também atuavam em prefeituras do Sul da Bahia.
A suspeita de que os golpistas também atuavam em prefeituras do Sul da Bahia.
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