Sombra para chinês representante da província de Hebei em visita às lavouras de soja goianas, onde serão investidos US$ 7 bilhões |
O agronegócio brasileiro
sempre foi o foco das atenções do mundo inteiro, dado o potencial de
crescimento de sua produção de grãos e carnes. Após as declarações da
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU),
afirmando que até 2050 o planeta demandará uma produção de alimentos 70% maior,
a busca por países com grande potencial agropecuário se intensificou ainda
mais. Nesse cenário, a China, que já é a maior parceira comercial do Brasil no
setor, com 23,4% das exportações totais de US$ 50,1 bilhões do agronegócio em
2010, parece não poupar esforços para ampliar essa margem.
Por sua vez, o governo
brasileiro organizou uma missão para o país asiático no ano passado, a fim de
estreitar ainda mais os laços comerciais entre as nações.
Uma comitiva liderada
pela presidente Dilma Rousseff esteve em Pequim em abril 2015 para tratar de
novos investimentos para o País. O resultado foi altamente favorável para o
agronegócio brasileiro, principalmente para as cadeias produtivas da soja, com
acordos para a produção nos Estados de Goiás em diversos municípios e Bahia
também com diversos municípios, suinocultura, mediante a abertura do mercado
chinês, e avicultura, que deve dobrar seu volume de exportações de frango ainda
este ano.
Antes mesmo da
chegada da missão à China, Goiás, que já se empenhava na busca de acordos para a
ampliação e modernização de sua sojicultura, fechou uma parceria com a estatal
chinesa Sanhe Hopefull para expandir a produção do grão em pelo menos seis
milhões de toneladas – volume que seria exportado integralmente para o país
asiático.
O acordo visa receber
investimento superior a US$ 7 bilhões para transformar dois milhões de hectares
de pastagens degradadas em área para o plantio de soja, além de garantir o
custeio dessa produção e a compra de maquinários agrícolas.
O protocolo de intenções foi assinado no dia
17 de abril de 2015, na província de Hebei pelo secretário da Agricultura de
Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima, com a presença de vários prefeitos
daquele Estado e representantes chineses. “Isso é uma mudança estrutural na
região para a agricultura”, disse Lima na época
O interesse dos
asiáticos pela soja não para por aí. Durante a viagem da comitiva brasileira a
Pequim, o único governador estadual que acompanhou a presidente Dilma, Jaques
Wagner, da Bahia, juntamente com o secretário da Agricultura, Eduardo Salles,
assinou com Hu Julie, presidente da empresa Chongqing Grain Group, o protocolo
de intenções para a construção de um complexo industrial para soja, na cidade
de Barreiras, no oeste baiano.
O grupo chinês está desembolsando cerca de R$
4 bilhões em um polo industrial para esmagar e refinar óleo de soja, além de
investir em infraestrutura para
armazenagem de grãos e modernização de portos. Com as obras concluídas, a
Chongqing Grain Group terá capacidade para processar até 1,5 milhão de
toneladas de soja por ano, adquiridas junto aos produtores de cidades da Bahia,
Piauí e Tocantins, além de refinar 300 mil toneladas de óleo e armazenar 400
mil toneladas de grãos. Segundo o secretário Salles,
Outro passo aconteceu em
maio/2015, quando o Memorando de Entendimentos entre o governo baiano e da
província de Chongqing foi assinado em Salvador. Na época, Salles aproveitou,
ainda, a estada em Pequim para visitar a empresa Hopefull Group Grain Oil Food,
onde recebeu a sinalização positiva a respeito de futuras parcerias para a
instalação de uma indústria textil na região Sul da Bahia, mais precisamente no
eixo da Costa do Cacau.
Além disso, o Estado
deve receber missões asiáticas para avaliar a possibilidade de exportação da
folha de tabaco, charuto, cacau, mangostin, mamão, e várias outras frutas
produzidas e só encontradas no sul baiano.
As negociações entre a
Bahia e a China devem seguir intensas nos próximos anos, principalmente entre
municípios interessados em buscar investimento estrangeiro, e o setor
agropecuário já está alerta para atender a um novo e promissor segmento: o de
produtos industrializados, dado o maior valor agregado no produto final.
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