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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Chineses estão investindo forte no agronegócio também em municípios baianos

Sombra para chinês representante da província de Hebei em visita às
lavouras de soja goianas, onde serão investidos US$ 7 bilhões

O agronegócio brasileiro sempre foi o foco das atenções do mundo inteiro, dado o potencial de crescimento de sua produção de grãos e carnes. Após as declarações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), afirmando que até 2050 o planeta demandará uma produção de alimentos 70% maior, a busca por países com grande potencial agropecuário se intensificou ainda mais. Nesse cenário, a China, que já é a maior parceira comercial do Brasil no setor, com 23,4% das exportações totais de US$ 50,1 bilhões do agronegócio em 2010, parece não poupar esforços para ampliar essa margem.

Por sua vez, o governo brasileiro organizou uma missão para o país asiático no ano passado, a fim de estreitar ainda mais os laços comerciais entre as nações.

Uma comitiva liderada pela presidente Dilma Rousseff esteve em Pequim em abril 2015 para tratar de novos investimentos para o País. O resultado foi altamente favorável para o agronegócio brasileiro, principalmente para as cadeias produtivas da soja, com acordos para a produção nos Estados de Goiás em diversos municípios e Bahia também com diversos municípios, suinocultura, mediante a abertura do mercado chinês, e avicultura, que deve dobrar seu volume de exportações de frango ainda este ano.

Antes mesmo da chegada da missão à China, Goiás, que já se empenhava na busca de acordos para a ampliação e modernização de sua sojicultura, fechou uma parceria com a estatal chinesa Sanhe Hopefull para expandir a produção do grão em pelo menos seis milhões de toneladas – volume que seria exportado integralmente para o país asiático.
O acordo visa receber investimento superior a US$ 7 bilhões para transformar dois milhões de hectares de pastagens degradadas em área para o plantio de soja, além de garantir o custeio dessa produção e a compra de maquinários agrícolas.
 O protocolo de intenções foi assinado no dia 17 de abril de 2015, na província de Hebei pelo secretário da Agricultura de Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima, com a presença de vários prefeitos daquele Estado e representantes chineses. “Isso é uma mudança estrutural na região para a agricultura”, disse Lima na época
O interesse dos asiáticos pela soja não para por aí. Durante a viagem da comitiva brasileira a Pequim, o único governador estadual que acompanhou a presidente Dilma, Jaques Wagner, da Bahia, juntamente com o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, assinou com Hu Julie, presidente da empresa Chongqing Grain Group, o protocolo de intenções para a construção de um complexo industrial para soja, na cidade de Barreiras, no oeste baiano.

 O grupo chinês está desembolsando cerca de R$ 4 bilhões em um polo industrial para esmagar e refinar óleo de soja, além de investir em infraestrutura para armazenagem de grãos e modernização de portos. Com as obras concluídas, a Chongqing Grain Group terá capacidade para processar até 1,5 milhão de toneladas de soja por ano, adquiridas junto aos produtores de cidades da Bahia, Piauí e Tocantins, além de refinar 300 mil toneladas de óleo e armazenar 400 mil toneladas de grãos. Segundo o secretário Salles,

Outro passo aconteceu em maio/2015, quando o Memorando de Entendimentos entre o governo baiano e da província de Chongqing foi assinado em Salvador. Na época, Salles aproveitou, ainda, a estada em Pequim para visitar a empresa Hopefull Group Grain Oil Food, onde recebeu a sinalização positiva a respeito de futuras parcerias para a instalação de uma indústria textil na região Sul da Bahia, mais precisamente no eixo da Costa do Cacau.

Além disso, o Estado deve receber missões asiáticas para avaliar a possibilidade de exportação da folha de tabaco, charuto, cacau, mangostin, mamão, e várias outras frutas produzidas e só encontradas no sul baiano.  

As negociações entre a Bahia e a China devem seguir intensas nos próximos anos, principalmente entre municípios interessados em buscar investimento estrangeiro, e o setor agropecuário já está alerta para atender a um novo e promissor segmento: o de produtos industrializados, dado o maior valor agregado no produto final.


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