O
Ministério Público Federal (MPF) do Paraná voltou a apresentar denúncia contra
o ex-senadores do MDB Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO) no âmbito da Lava
Jato, por desvios na Transpreto, subsidiária na Petrobras. Ambos são acusados
de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os dois já
haviam sido denunciados em 2017 pela Procuradoria-Geral
da República (PGR) pelos mesmos crimes, mas tiveram o caso remetido
à primeira instância pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF), após o termino de seus mandatos como senadores. O caso hoje tramita na
13ª Vara Federal de Curitiba.
Também foram
denunciados o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado; os executivos da NM
Engenharia Luiz Maramaldo e Nelson Maramaldo; e o ex-executivo da Odebrecht
Fernando Reis.
Segundo a
denúncia, todos estariam envolvidos em um esquema de pagamento de propina mediante
doações de campanha em troca de favorecimento ilegal em licitações com a
Transpetro. Os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2008 e 2010 e também em
2012.
De início,
também estavam envolvidos os ex-senadores José Sarney e Garibaldi Alves Filho,
mas o STF considerou que eles não poderiam mais ser punidos ante a prescrição
dos crimes. Parte da investigação, envolvendo o senador Renan Calheiros
(MDB-AL), permanece em tramitação no Supremo.
Segundo a
denúncia, os executivos da NM Engenharia e da Odebrecht Ambiental pagavam
propina aos políticos para que mantivessem Sergio Machado no comando da
Transpreto, em troca de contratos com a subsidiária da Petrobras.
Uma primeira
propina de R$ 100 mil, por exemplo, teria sido paga em 2008 pela NM Engenharia
em forma de doação eleitoral para diretório estadual do MDB em Roraima, à época
presidido por Jucá, diz a denúncia. Outro R$ 1 milhão teria sido pago em 2012
por meio de doação ao diretório nacional do MDB.
A denúncia tem
como origem a delação premiada de Sergio Machado e também dos executivos Luiz e
Nelson Maramaldo e Fernando Reis.
A Agência
Brasil tenta contato com a defesa dos envolvidos. À época da
apresentação da primeira denúncia pela PGR, o então senador Valdir Raupp disse
“jamais tratou sobre doações de campanha eleitorais junto a diretores da
Transpetro ou quaisquer outras pessoas até porque não foi candidato a nenhum
cargo eletivo nas eleições de 2012 e 2014”.
Na mesma
ocasião, a defesa de Jucá disse não haver “nenhum motivo para fazer essa
denúncia, o que existe é a palavra de um delator desmoralizado”, em referência
aos depoimentos de Machado.
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