Uma organização
criminosa envolvida em desvio de verbas públicas destinadas à saúde foi
desarticulada no último dia (22) na Bahia, dentro da Operação Copérnico, deflagrada pela
Polícia Federal e Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle que
apuraram, também, fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro. Ao
todo, são 24 mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e sete
mandados de condução coercitiva nas cidades baianas de Candeias, São Francisco
do Conde e Salvador, onde foi preso o líder da organização, um empresário
responsável por uma das instituições que administrava unidades de saúde.
As
investigações apontaram que o grupo criava empresas e entidades sem fins
lucrativos, em nomes de “laranjas”. Com essas empresas, os envolvidos faziam
contratos de gerenciamento integral de hospitais, Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) e centros de saúde por meio de licitações. “Foi comprovado o
desvio desses recursos: a entidade ganhava essa licitação direcionada,
dirigida, fraudulenta e se identificou o superfaturamento na execução desses
serviços e a prestação de contas através de outras fraudes, de notas frias,
fornecidas por empresas também componentes do esquema criminoso”, disse o
superintendente da Polícia Federal na Bahia, Daniel Madruga.
A
coordenadora da operação, delegada de Repressão à Corrupção e Crimes
Financeiros da Polícia Federal, Luciana Matutino, explica que 15 empresas
participavam do esquema, cujas verbas desviadas se dirigiam ao empresário que
está preso. O Ministério da
Transparência analisou, durante as investigações, as licitações e prestações de
contas feitas a dois municípios (Cadeias e São Francisco do Conde) e detectou
mais de R$ 70 milhões pagos pelas prefeituras sem que houvesse a comprovação de
que os serviços de saúde foram prestados. Somente o Instituto Médico
Cardiológico da Bahia, cujo empresário era o líder do esquema, movimentou cerca
de R$ 750 milhões de reais, mas isso não significa, segundo o superintendente,
que todo esse valor foi desviado.
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