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sexta-feira, 29 de maio de 2015

CPI da CBF já é uma realidade

Entre as 50 assinaturas coletadas pelo senador e ex-atacante Romário (PSB-RJ) para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), instalada nesta quinta-feira (28) no Senado, está a dos congressistas da bancada baiana. “Eu assinei o requerimento de Romário, que já vinha há muito tempo dizendo isso, que existia corrupção e desvio de recursos, que agora foram comprovadas. Isso é uma vergonha nacional, um dirigente como o José Maria Marin... Espero que a punição seja rigorosa”, opinou Otto Alencar (PSD). Para o senador, o andamento das apurações do colegiado não deve apresentar dificuldades. “Os profissionais da corrupção só a Polícia Federal pode detectar, a PF e o MP tem feito esse trabalho. Agora é instalar a CPI ouvir os implicados e que a Justiça possa agir, e que, ao contrário de colocar na CBF, coloque na cadeia”, disse. Ele acredita que as investigações em curso vão fazer “uma limpeza” no setor. “O futebol é dominado por empresários, os clubes praticamente servem de trampolim para os empresários ganharem dinheiro”, aponta. O senador Walter Pinheiro (PT) também acredita que os impactos das apurações podem ser maiores que a punição dos dirigentes corruptos. “É importante pro futebol e bom para os jogadores. São eles que fazem o espetáculo e quem fatura é o cartola. Além de combater corrupção, faz justiça. Essa coisa mostra porque tem tanta gente matando e morrendo para ser dirigente, gente que nunca fez nada dentro das quatro linhas”, pontuou o petista, que citou o resgate do direito de imagem e do passe dos jogadores como benefícios que podem ser conquistados no futuro.

Apesar de ter assinado, Pinheiro afirma que, no entanto, disse a Romário que “fizesse um link” com a Polícia Federal, Justiça Federal e Ministério Público. “Apoio integralmente, fui inclusive um dos primeiros a assinar, não tem problema nenhum. Mas disse a Romário que é importante que se atente ao fato que tem muita coisa sendo feita, então tem que estar em sintonia, para não ficar só na CPI. O Senado não tem condições ideais como os processos feitos por uma procuradoria, pela Polícia Federal. Um exemplo disso é a Lava Jato. Antes da Lava Jato, já tinha havido umas três CPIs”, argumentou ele, para quem, sem a ligação com o trabalho feito pela polícia, pela Justiça e pelo Ministério Público, a comissão pode resultar apenas em “estardalhaço”. “Isso deveria ter sido feito há mais tempo. Para usar a sigla [CBF], é realmente uma ‘caixa bem fechada’; é fundamental isso para ver se abre essa caixa, eles [os dirigentes] viviam se fechando em copas”, afirmou. O congressista acredita que as investigações podem se desdobrar para outras federações. Ainda sobre a necessidade de “passar o futebol a limpo”, ele citou o exemplo da intervenção realizada no Bahia. “Acabou não tendo CPI, mas a apuração deu uma coisa positiva para o Bahia”, citou. O Bahia Notícias não conseguiu contato com a senadora Lídice da Mata (PSB).






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