O crescimento das
importações em ritmo maior que o das exportações fez o superávit da balança
comercial cair em janeiro. No mês passado, o país vendeu para o exterior US$
2,192 bilhões a mais do que comprou, recuo de 22,4% em relação ao mesmo mês do
ano passado.
Apesar da retração, esse é o terceiro melhor resultado para o
mês, só perdendo para janeiro de 2006 (US$ 2,83 bilhões) e de 2018 (US$ 2,82
bilhões). No mês passado, o país exportou US$ 18,579 bilhões e importou US$
16,387 bilhões.
Apesar do recuo no saldo da balança comercial, as exportações
bateram recorde para meses de janeiro, tendo crescido 9,1% em relação ao mesmo
mês do ano passado pelo critério da média diária. As importações, no entanto,
aumentaram em ritmo maior, tendo subido 15,4% na mesma comparação,
impulsionadas pela recuperação da economia.
Exportação do milho em grão cresceu de 56,6% - Arquivo/Agência
Brasil
As vendas de produtos básicos cresceram 10,1% na comparação
entre janeiro de 2019 e janeiro de 2018 pelo critério da média diária. Os
destaques foram milho em grão (crescimento de 56,6%) e algodão bruto (alta de
44,5%). As exportações de produtos semimanufaturados subiram 11,1%. As vendas
de produtos industrializados aumentaram 15,2%, também pela média diária,
puxadas por uma plataforma de extração de petróleo e por motores e turbinas
para aviação.
Em janeiro, os preços médios das mercadorias exportadas caíram
4,27%. A quantidade exportada, no entanto, aumentou 19,41%, compensando a
retração nas cotações das commodities (mercadorias primárias com cotação
internacional).
Importações
Puxadas pelas mudanças no Repetro, que prevê a entrada no país
de plataformas exportadas pela Petrobras, as importações de bens de capital
(máquinas e equipamentos usados na produção) aumentaram 156,2% em relação a
janeiro do ano passado. Também contribuíram para o crescimento as compras de
veículos de carga, helicópteros e máquinas de impressão.
As importações de bens intermediários aumentaram 3,6%. Por outro
lado, as compras de combustíveis e lubrificantes caíram 12,5% e a de bens de
consumo, 3,5%.
Por causa do Repetro, regime especial de tributação para
equipamentos da extração de petróleo, as estatísticas foram infladas por uma
plataforma de petróleo, exportada por US$ 1,3 bilhão e importada por US$ 2,1
bilhões. Segundo o diretor do Departamento de Inteligência e Estatísticas de
Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, sem a plataforma,
as exportações teriam crescido 1,5% em janeiro, mantendo o recorde. As
importações, informou o técnico, teriam subido 0,7%.
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2018 em US$
58,959 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado
estima um superávit menor em 2019 motivado principalmente pela recuperação da
economia, que reativa o consumo e as importações.
Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem
superávit de US$ 52 bilhões para este ano. Brandão informou que o Ministério da
Economia não fará projeções oficiais para o saldo da balança comercial em 2019.
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