O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou hoje (22) nova linha de
financiamento, a BNDES Crédito Pequenas Empresas, voltada para micro e pequenos
empreendimentos.
Segundo o presidente da instituição, Joaquim Levy, o banco está atento aos sinais de retomada da economia e decidiu criar uma linha de crédito mais simples e mais ágil para que micro e pequenas empresas tenham condições de tocar novos empreendimentos. "Não [é] só para comprar máquinas, mas para todas as atividades necessárias para ampliar, renovar ou melhorar seus serviços”, disse Levy. "As micro e pequenas empresas são fundamentais para a economia. São o melhor sinal de saúde de uma economia”, acrescentou.
O novo
instrumento de financiamento tem como foco a geração de postos de trabalho e a
ampliação da concessão de crédito para empresas de menor porte, responsáveis
por mais de 50% dos empregos formais no Brasil. O trabalho será feito pelo
BNDES em parceria com os bancos comerciais, de desenvolvimento e cooperativos,
que operam na ponta da cadeia financeira, em todas as regiões brasileiras.
Levy disse
ainda que a nova linha de crédito“é uma contribuição do BNDES para dar mais
competitividade ao segmento que mais gera emprego. "E emprego é o que o
Brasil mais precisa", afirmou. De acordo com o BNDES, as micro e pequenas
empresas respondem pela criação de 18 milhões de empregos formais no Brasil, o
equivalente a 55% do total de empregos formais existentes no país.
Novas perspectivas
Levy ressaltou
que o crédito para esse segmento de empresas caiu 44% de dezembro de 2014 até
janeiro deste ano, mas disse acreditar que, com as novas perspectivas na
economia, há chance de crescimento. O saldo de crédito sobre o Produto Interno
Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) para as micro
e pequenas empresas atingiu 7,3% em janeiro de 2019. “Acho que podemos aumentar
isso e dar maior vitalidade para esse setor.”
Ele reforçou
que o setor é importante para o BNDES que, no ano passado, repassou quase R$ 15
bilhões para micro e pequenas empresas. Foram 242 mil operações, equivalentes a
79% do total registrado pela instituição em 4.581 municípios, somando 136 mil
clientes. Levy, que espera aumentar esses números, informou que o percentual de
clientes com faturamento até R$ 4,8 milhões correspondeu a 90% dos clientes do
banco em 2018.
O investimento
pode ser financiado até 100%, limitado a R$ 500 mil por beneficiário, a cada
cinco anos. O cliente contará com três opções de juros de referência: taxas de
Longo Prazo (TLP), Selic (TS), ou Fixa do BNDES (TFB). A taxa vai resultar de
negociação com o banco agente financeiro do BNDES.
Demanda
A esses juros
serão acrescidas a remuneração do BNDES, de 1,45% ao ano, e a remuneração do
agente financeiro, que é negociada diretamente com o cliente final. Segundo o
BNDES, com isso, na maior parte dos casos, os juros do financiamento devem
ficar em torno de 1,3% ao mês, ou cerca de 15% ao ano. A nova linha de crédito
será ofertada somente na modalidade indireta, ou seja, os recursos são
emprestados pela rede de bancos credenciados pelo BNDES.
Para Levy, a
demanda vai chegar rapidamente a R$ 1 bilhão. Ele disse, entretanto, que se for
necessário, o banco disponibilizará mais crédito para as micro e pequenas
empresas. ”O BNDES tem recursos para isso. Estamos deixando de investir nas
grandes [empresas] para ter mais recursos para esse tipo de atividade. Se a
gente chegar a R$ 3 bilhões ou R$ 4 bilhões, melhor ainda”, afirmou.
As empresas interessadas podem ir diretamente aos bancos
credenciados ou acessar o Canal MPME do BNDES,
que repassa os pedidos de financiamento e as informações à central de riscos
dos bancos parceiros. O superintendente da Área de Operações e Canais Digitais
do BNDES, Marcelo Cordeiro, lembrou que as garantias das pequenas empresas para
os empréstimos poderão ser complementadas pelo Fundo Garantidor criado pelo
banco recentemente.
O BNDES
anunciou também a realização de um estudo de efetividade, que será feito mais à
frente, para avaliar a geração e a manutenção de empregos nas micro e pequenas
empresas.
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