Os militares
passarão a contribuir mais para a previdência especial e a trabalhar mais para
terem direito a aposentadorias e pensões. Segundo a proposta do governo
entregue hoje (20) ao Congresso, haverá um aumento progressivo na
alíquota de contribuição para a previdência dos militares. Atualmente, essa
alíquota está em 7,5%. A proposta é que cada ano seja aplicado o
aumento de um ponto percentual até 2022, quando essa alíquota deve
chegar a 10,50%, valor a ser praticado desse ano em diante.
Outra alteração
será a universalização da alíquota. Atualmente, pensionistas, alunos de escolas
de formação, além de cabos e soldados durante o serviço militar obrigatório não
pagam contribuição. Com a nova regra, todas essas categorias pagarão os mesmos
10,5% a partir de 2022, assim como os ativos e inativos.
A nova regra prevê
um aumento de cinco anos no tempo de serviço, aumentando de 30 para 35 anos,
tanto para homens quanto para mulheres. Já a idade mínima para aposentadoria
varia de acordo com a patente do militar. Quanto mais alta a patente,
maior idade mínima. Essa variação já existe na regra atual e, na proposta
do governo, todas as idades são aumentadas. No caso de general de Exército, a
maior patente, a idade mínima aumentaria para 70 anos.
O governo
apresentou o modelo de idade mínima apenas com as patentes do Exército. As
idades aumentam de cinco a seis anos para a maioria das patentes. No caso de
subtenente e major, no entanto, a idade mínima aumentaria em nove anos.
Transição
Os militares que já
tiverem 30 anos de serviço ativo na data em que a nova lei entrar em
vigor terão direito de transferência para a reserva remunerada assegurado.
O militar da ativa que ainda não preencher os requisitos para passar à
inatividade deverá cumprir o tempo que falta para completar 30 anos de serviço
acrescido de um pedágio de 17% do tempo faltante. Dessa forma, um militar com
dez anos de carreira deverá trabalhar 3,4 anos além dos 30 anos. Quem tem 15
anos nas Forças Armadas deverá trabalhar 2,5 anos a mais, totalizando 32,5 anos.
Quem tiver 20 anos precisará trabalhar 1,7 ano a mais, totalizando 31,7 anos.
Na proposta de
reforma da Previdência entregue no mês passado, o trabalhador da iniciativa
privada que estiver a dois anos do tempo mínimo de serviço para a
aposentadoria deverá pagar um pedágio de 50% sobre o tempo faltante. Dessa
forma, uma mulher com 29 anos de tempo de serviço deverá trabalhar seis meses
além dos 30 anos.
O projeto que
reformula a carreira e a previdência dos militares está sendo apresentado
pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho; pelo
secretário especial adjunto da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho,
Bruno Bianco; pelo secretário de Previdência, Leonardo Rolim; e por
representantes do Ministério da Defesa e das Forças Armadas.
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