O presidente eleito Jair
Bolsonaro (PSL) conversa hoje (1º), no Rio de
Janeiro, com o juiz federal Sergio Moro, responsável
pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. Moro foi convidado
por Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, que deverá ser transformado
em um superministério para combater a violência e a corrupção.
Ainda à
espera de confirmação oficial, o superministério da Justiça deverá reunir
Segurança Pública, Controladoria-Geral da União e Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf).
Moro desembarca agora de
manhã no Rio de Janeiro e retorna
no começo da tarde para Curitiba, onde mora.
Convite
Após as eleições, Bolsonaro afirmou, durante entrevistas, que
Moro poderia assumir o Ministério da Justiça ou, futuramente, uma vaga no
Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz federal agradeceu o convite, afirmando
estar “honrado” pela lembrança e que “refletiria” sobre o
assunto. “Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada
discussão e reflexão.”
Para
especialistas que acompanham o processo político, ocupar o Ministério da
Justiça representa uma espécie de rito de passagem para, futuramente, ser
nomeado para o Supremo.
Supremo
Durante o
mandato presidencial, Bolsonaro poderá fazer duas indicações ao Supremo. A
primeira oportunidade será em novembro de 2020, quando o ministro Celso de
Mello, decano da Corte, completa 75 anos e será aposentado compulsoriamente. No
ano seguinte, será a vez do ministro Marco Aurélio Mello deixar o STF.
Moro, de 46
anos, procura ser discreto nas atitudes, mas ganhou notoriedade ao comandar, há
quatro anos, o julgamento em primeiro instância dos processos relativos à
Operação Lava Jato, nos quais foram envolvidos nomes como o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu, empresários e parlamentares.
O escândalo
relativo aos desdobramentos da Lava Jato é considerado um dos mais complexos
casos de corrupção e lavagem de dinheiro no país.
No ano passado, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de
prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente da República. A decisão
foi ampliada em segunda instância, e o
ex-presidente agora cumpre pena em Curitiba, desde abril.
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