As
mortes em acidentes em rodovias federais caíram 15% neste ano na comparação com
2017. O balanço, que levou em consideração dados de
janeiro a setembro, foi divulgado pela Polícia Rodoviária Federal hoje (31),
em Brasília. As ocorrências com falecimentos tiveram redução de mais de 4,5 mil
para 3,9 mil entre o ano passado e este.
Já o número de feridos foi 10% menor no mesmo período, totalizando 56,2
mil até setembro. Os acidentes graves diminuíram 7%, somando 12,9 mil. A maior
queda em termos percentuais foi nos acidentes normais, cujo número foi 22%
abaixo do que no período de janeiro a setembro de 2017 e ficou em 51,9
mil.
Em relação à meta de redução em 50% do número de mortes no trânsito
entre 2011 e 2020, definida em resolução da Assembleia-Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), até este ano a queda projetada havia chegado a 35,6%. Para
atingir o objetivo, ainda faltariam 15% em dois anos, o que demandaria um ritmo
de diminuição mais intenso do que nos anos anteriores.
Motivos
Entre os principais motivos para os acidentes, segundo o levantamento da
PRF, estiveram a falta de atenção à condução (22%), a desobediência às normas
de trânsito (13%), velocidade acima do permitido (12%), falta de atenção do
pedestre (11%) e consumo de álcool (5%).
O diretor da PRF, Renato Dias, chamou a
atenção para o fato de a desatenção ter um novo fator: o
uso do Whatsapp. Segundo ele, há uma diferença importante do aplicativo em
relação aos telefones celulares na atitude dos condutores. “A desatenção se
agravou muito com Whatsapp. Antes o motorista usava o celular mas não tirava o
olhar do volante. Com o mensageiro, ele tira o olhar”, comparou.
Fiscalização e crimes
Nas ações de fiscalização, 7 milhões de veículos e 7 milhões de pessoas
foram averiguados. No combate ao consumo de álcool durante a direção, 1,2
milhão de testes do bafômetro foram realizados. Em razão de irregularidades
encontradas, 25,2 mil pessoas foram detidas.
Em relação aos crimes, o balanço da Polícia Rodoviária registrou a
apreensão de 230 toneladas de maconha, 14 toneladas de cocaína, 87 milhões de
maços de cigarro, 5 mil veículos, 1,2 mil armas e 142,8 mil munições.
Mais funcionários
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou que para
melhorar a fiscalização e atingir as metas estabelecidas há a necessidade de
contratação de mais policiais rodoviários. Ele informou que o concurso
anunciado no primeiro semestre, com 500 vagas, está em fase de realização e as
provas devem ocorrer no início do ano. “É preciso ampliar os recursos para a
PRF e seu efetivo, pois ele permanece restrito para a dimensão da tarefa. Nós
temos a quarta maior malha rodoviária do mundo”, defendeu Jungmann.
Segundo ele, seriam necessários ainda mais 2
mil a 2,5 mil novos agentes para dar recompor o efetivo da Polícia Rodoviária
Federal. Hoje o quadro da
corporação conta com 9,9 mil funcionários.
Novo ministério
Jungmann comentou a possibilidade de reincorporação do Ministério da
Segurança Pública ao Ministério da Justiça, que está em debate na equipe de
transição do governo. Segundo o titular, a pasta foi criada por lei e gerou um
legado para estruturar o setor, bem como o Sistema Único de Segurança Pública
(SUSP).
“Estamos deixando legado único. Temos ministério por lei, Sistema Único
de Segurança Pública, uma Política Nacional de Segurança Pública e temos
recursos carimbados e crescentes. Você tem tudo aqui para dar um rumo à
segurança pública. Se o ministério se funde é algo que cabe ao governo eleito”,
comentou.
Sobre o convite para o
juiz Sérgio Moro para ser titular do MJ na gestão de Jair
Bolsonaro, Jungmann afirmou que é um nome com “qualidade”, “capacidade” e
“respeito dos brasileiros”.
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