O general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair
Bolsonaro (PSL), afirmou hoje (23), em nota, que vai denunciar o
cantor Geraldo Azevedo por “declaração difamatória”. O artista disse que o
militar foi um dos seus torturadores na ditadura, depois
afirmou ter se equivocado. Como a afirmação de Azevedo foi
reproduzida pelo candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, Mourão disse
que também recorrerá à Justiça.
No comunicado, Mourão afirmou que, em 1969 - quando Azevedo foi
torturado -, era estudante do Colégio Militar de Porto Alegre e tinha 16 anos.
Para o general, a acusação é uma falsa notícia para disseminar informações
erradas sobre a campanha de Bolsonaro. “Trata-se, portanto, de uma fake
news, no desespero de se criar fatos novos pelos simpatizantes da chapa
concorrente de Fernando Haddad e aliados.”
Ao citar Haddad, Mourão não entra em detalhes. “Quanto à questão da
repercussão das frases do candidato Haddad, que reproduz tais fakes, também
tomaremos as devidas providências judiciais”.
A nota é assinada pelo presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, e pelo
próprio Mourão.
Memória
No sábado (20), Azevedo durante show em
Jacobina, na Bahia, fez a acusação contra Mourão. “É uma coisa indignante,
cara. Eu fui preso duas vezes na ditadura. Fui torturado. Você não sabe o que é
tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá. Eu fico impressionado com
o brasileiro não presta atenção nas evoluções humanas.”
Em seguida, ainda em tom de desabafo, o cantor acrescentou: “Eu não sei
se isso aqui vai entrar em algum choque com a prefeitura, mas é o meu sentimento
de indignação em relação com o que pode acontecer com o Brasil. Essa alegria
toda que a gente está tendo aqui vai se perder. O Brasil vai ficar muito ruim,
muito ruim, se esse cara ganhar”.
Porém, hoje, por meio da sua assessoria, Geraldo Azevedo afirmou ter se
equivocado na referência a Mourão, que não foi um de seus torturados. “Geraldo
Azevedo se desculpa pelo transtorno causado por seu equívoco e reafirma sua
opinião de que não há espaço, no Brasil de hoje, para a volta de um regime
que tem a tortura como política de Estado e que cerceia as liberdades
individuais e de imprensa."
Nenhum comentário:
Postar um comentário