Vestidos de verde e amarelo, com cartazes e discursos contra partidos
denominados de esquerda e progressistas, manifestantes cantaram o Hino Nacional
e organizaram hoje (30) atos em todo o país em apoio ao candidato à Presidência
pelo PSL, Jair Bolsonaro.
Houve manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo, e carreatas nas
principais avenidas de Brasília. Os protestos ocorreram após as manifestações
de ontem (29) contra o candidato no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa.
Em São Paulo, mensagem gravada por Bolsonaro foi transmitida pelo carro
de som, em que ele pede apoio dos eleitores e defende pontos de sua campanha.
Um deles é que não haja o que chama de ideologia de gênero nas escolas. A
Polícia Militar de São Paulo não divulgou o número de participantes do evento
na Avenida Paulista. A organização ainda não estimou o público.
A concentração de manifestantes pró-Bolsonaro foi organizada em um
quarteirão próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde também está o
carro de som principal. Mais dois carros de som menores estão ao longo da
avenida, com discursos gerais sobre moral e contra corrupção. Outro ponto de
concentração foi nas proximidades da sede da Federação das Indústrias de São
Paulo (Fiesp).
Avenida fechada
Fechada como aos ocorre domingos e feriados, a Avenida Paulista, uma das
principais da capital paulista, reúne vários segmentos da sociedade, de
distintos gêneros e idades. Manifestantes ouvidos pela reportagem disseram
apoiar Bolsonaro por ele ser contra a “ideologia de gênero” e afirmaram que o
candidato não se caracteriza por homofobia nem misogenia.
“Ele é o único contra a comunismo e que coloca a família e Deus à frente
de tudo”, disse Rafael Vieira, 27 anos. Ele disse ainda que se identifica
também com Bolsonaro em relação à ideologia de gênero, que seria a “destruição
da família”, levando à perda da identidade das pessoas.
Capital federal
Em Brasília, duas carreatas marcaram o apoio a Bolsonaro. Muitos
participantes do ato usaram camisetas da Seleção Brasileira, dirigiram os
carros com bandeiras do Brasil e buzinavam uns para os outros. A Polícia
Militar informou que 25 mil veículos ocuparam as seis faixas da Esplanada
durante o ato, somando os diferentes trajetos.
Segundo o porta-voz da PM-DF, major Michello Bueno, o cálculo foi feito
considerando a saída dos veículos da Esplanada dos Ministérios. De acordo com
ele, entre 9h30 e 13h, houve um fluxo de cerca de 20 carros por minuto em cada
uma das seis faixas da via.
As duas carreatas se juntaram na Esplanada dos Ministérios durante a
manhã e culminaram com protestos em frente a sede da Rede Globo. A concentração
iniciada no Eixo Monumental tinha como bandeiras a defesa do candidato e a
pergunta, exposta em uma faixa: “Quem mandou matar Bolsonaro?”.
No final da Asa Sul, no Plano Piloto de Brasília, havia outra
concentração de apoiadores de Bolsonaro, que também partiram em carreata, tendo
à frente um carro de som com candidatos locais.
Participaram da manifestação, representantes de partidos políticos,
movimentos autointitulados patriotas e apoiadores da ditadura militar. Além de
carros, caminhões, motocicletas e uma passeata reuniram aos demais
participantes que estavam nos carros.
Depoimentos
O aposentado Jorge Choairy, 71 anos, disse que foi ao ato por um “país
melhor para todo mundo”. “O nosso apoio é espontâneo. Vivemos muito bem no
regime militar, que não foi ditadura. Quem era perseguido eram os bandidos e
terrorista que mataram muita gente. Na verdade eles queriam implantar o
comunismo no Brasil”, afirmou.
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