Em tom descontraído
e bem-humorado, o presidente Michel Temer disse hoje (19) que sentirá falta das
manifestações intituladas “Fora, Temer”, que enfrentou desde que assumiu o
Palácio do Planalto, em maio de 2016. O desabafo ocorreu durante sua última
reunião com a equipe ministerial, na qual cumprimentou cada assessor e destacou
suas habilidades.
“Havia manifestações
no início do nosso governo, uma manifestação política, que eu até vou sentir
muita falta, do 'Fora, Temer'. Mas eram manifestações políticas, que quando
falavam 'Fora, Temer' é porque eu estava dentro”, disse o presidente,
provocando risadas entre os presentes.
Segundo Temer, a
situação a partir de janeiro, quando assume o novo presidente, será outra.
“Agora, estarei fora mesmo. Mas levou tempo, levou dois anos e meio. Levou dois
anos e oito meses não só com protesto de natureza política, mas com empenho
extraordinário de parte da imprensa que tentou nos derrubar”, acrescentou o
presidente, informando que apesar de enfrentar protestos, seu governo seguiu
“adiante amparado” pelo trabalho de sua equipe.
Popularidade
Temer destacou a
pesquisa de opinião realizada por uma consultoria que aponta que ele deixa o
governo com a aprovação do mercado. “Há uma dissonância em termos de
popularidade, mas quando o mercado assim age em brevíssimo tempo isso chegará
ao ouvido de todos", disse.
O presidente disse
que com o tempo "se formulará a verdade" e haverá um reconhecimento
de seu governo. “O reconhecimento é diferente do conhecimento. Você se torna
conhecido, mas não é reconhecido. Somos conhecidos, mas já começa um certo
reconhecimento.”
Previdência
Depois de ressaltar
o trabalho de todos os ministros em suas respectivas pastas, mais uma vez,
Temer destacou a aprovação da reforma trabalhista em seu governo e disse que só
não teve êxito na da Previdência, por ter sido vítima de uma trama cujos
"detratores acabaram presos".
Ainda sobre a
reforma da Previdência, Temer disse ter certeza de que a matéria será aprovada
durante a gestão do presidente eleito, Jair Bolsonaro. "Não tenho a menor
dúvida de que será feita", afirmou.
Avaliação
Na última reunião
com seus ministros, Temer lembrou que ao assumir o governo, em maio de 2016, a
inflação estava em alta e o PIB negativo. Também ressaltou que enfrentou apenas
uma grande greve nesse período de governo, a dos caminhoneiros. Não citou
números nem dados estatísticos, preferiu um tom mais sentimental, em que
agradeceu os ministros e destacou suas virtudes.
Antes de se
despedir e finalizar a reunião, o presidente disse que iria “até mandar servir
um café [aos ministros] para mostrar que o café está quente ainda. Sem café
também é demais”. O comentário é uma alusão à expressão "servir café
frio" que costuma ser associada ao fim de ciclos.
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