O Censo Demográfico 2020 pode ficar mais enxuto para não deixar de existir. Uma das principais pesquisas estatísticas do país feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve custar, na sua próxima edição, R$ 3,4 bilhões, valor que o governo federal afirmou que não pode pagar.
De acordo com um levantamento realizado pelo jornal Estado de S.Paulo, para seguir com os preparativos do censo 2020, que vai coletar dados na casa de todos os brasileiros, o IBGE precisaria de R$ 1 bilhão já em 2019. O instituto, porém, só deve receber entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões no próximo ano. A dificuldade para garantir a verba de 2019 torna ainda mais remota a possibilidade de obter os R$ 2,4 bilhões restantes em 2020.
A avaliação da equipe econômica é que o IBGE vai ter de “racionalizar” o levantamento, o que pode se traduzir em um número menor de entrevistadores e questionários mais enxutos. O instituto já havia indicado em outras ocasiões que é difícil levar a pesquisa a campo com o orçamento reduzido. Estratégia semelhante foi adotada pelo IBGE para realização do Censo Agropecuário 2017.
Ainda de acordo com a reportagem, Em junho, quando anunciou o início dos trabalhos do censo demográfico, o presidente do IBGE, Roberto Olinto, refutou a possibilidade de a pesquisa ser reduzida caso a verba necessária não fosse aprovada. O Instituto diz não ter um posicionamento oficial do governo sobre o tema e que só se manifestará quando isso ocorrer.
NA CONTRAMÃO
Do lado oposto da falta de verbas para o censo, os dados do próprio IBGE indicam que, se prosperar, o reajuste de 16,38% a juízes e procuradores deverá aumentar o abismo entre ricos e pobres no Brasil (veja aqui). A média de renda do grupo é de R$ 59 mil mensais, segundo contas do economista Marcelo Neri, coordenador do FGV Social, que combina informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Imposto de Renda.
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