O
vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto
Barroso, relator do registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, disse hoje (16) que “faremos o que é certo” ao ser questionado sobre
o encaminhamento do processo.
Na quarta-feira (15), poucas horas depois de o PT entrar com o
pedido de registro da candidatura de Lula à Presidência da República, o
Ministério Público Eleitoral (MPE) protocolou uma impugnação (questionamento),
argumentando que o ex-presidente não é elegível, de acordo com os critérios da
Lei da Ficha Limpa. A questão deve ser analisada por Barroso.
Outras duas
impugnações, movidas pelos candidatos a deputado federal Alexandre Frota (PSL)
e Kim Kataguiri (DEM), também foram protocoladas na tarde de quarta-feira (15),
mas antes de o pedido de registro de Lula ter sido incluído no sistema do TSE.
Assim, tais questionamentos acabaram sendo distribuídos a outro relator, o
ministro Admar Gonzaga.
Ainda nesta
quarta-feira (15), o PT entrou com uma petição nas impugnações de Frota e
Kataguiri, colocando em dúvida o fato de terem sido distribuídas a Gonzaga.
Segundo nota divulgada pelos advogados do partido, a petição foi feita “com o
único objetivo de evitar eventuais nulidades”, devido ao ministro não ser o
relator do registro de Lula.
"É uma
dúvida legítima pois queremos nos manifestar no processo e não sabemos a qual
ministro nos dirigir", disse o advogado de Lula no TSE, Luiz Fernando
Casagrande Pereira, que compareceu nesta quinta-feira (16) à Corte Eleitoral e
conversou com o ministro Roberto Barroso.
Questionado
sobre a dupla relatoria, Barroso reafirmou que “o que é certo” será feito para
dirimir todas as questões, que devem ser encaminhadas para deliberação da
presidente do TSE, ministra Rosa Weber.
O ministro
pode decidir de modo monocrático e liminar (individual e provisório) se defere
ou não o registro de Lula, mas o mais provável, devido à relevância do tema, é
que o processo seja levado diretamente para votação no plenário do TSE.
As
declarações de Barroso foram dadas após a posse do ministro Edson Fachin,
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), como ministro titular
do TSE, em substituição ao ministro Luiz Fux, que encerrou seu mandato na
Justiça Eleitoral.
O TSE é
composto por sete ministros titulares, sendo três do STF, dois do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e dois membros da advocacia. Fachin já integrava a
Justiça Eleitoral como ministro substituto, passando agora a efetivo.
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