O
presidente Michel Temer promove nesta segunda-feira (20), a partir das 15h, no
Palácio do Planalto, mais uma etapa de reuniões no esforço de buscar soluções
para a crise envolvendo os imigrantes venezuelanos em Roraima. Foram chamados
sete ministros. Raul Jungmann, da Segurança Pública, viaja hoje para a
Colômbia, onde vai discutir segurança nas fronteiras.
Ontem (19), outra reunião
foi convocada por Temer, no Palácio da Alvorada. Durante cinco horas,o
presidente e ministros discutiram a situação em Roraima, depois dos confrontos
entre brasileiros e venezuelanos no município de Pacaraima.
Para a reunião de hoje são
esperados os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Joaquim Silva e Luna
(Defesa), Moreira Franco (Minas e Energia), Edson Duarte (Meio Ambiente),
Gustavo Rocha (Direitos Humanos), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança
Institucional), e Grace Maria Fernandes Mendonça (Advocacia-Geral da União).
Também são aguardados o
líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (MDB-RR), os secretários
executivos do Ministério da Justiça, Gilson Libório de Oliveira Mendes, e da
Segurança Pública, Luís Carlos Cazetta, o diretor de Saneamento da Caixa,
Antônio Gil da Silveira, e os presidentes do Ibama, Suely Araújo, da Funai,
Wallace Moreira Bastos, e da Eletrobrás, Wilson Ferreira Junior.
Medidas
Na reunião de ontem, Temer
e os ministros definiram medidas emergenciais para a região de Roraima, onde
está uma grande concentração de imigrantes venezuelanos. De forma imediata,
serão enviados 120 homens para a Força Nacional e 36 voluntários da área da saúde,
que atuarão em parceria com hospitais universitários.
Os homens irão para Roraima
em duas etapas: inicialmente, 60 e depois mais 60, ainda sem data definida, o
que totaliza 151 homens da Força Nacional em Pacaraima, com os 31 que já se
encontram no estado.
Paralelamente será
realizado o ordenamento da fronteira, com controle e triagem adequados, e com a
ampliação da presença da União nas áreas social e de segurança.
Há ainda a previsão de
construir dez abrigos para os imigrantes. Segundo as autoridades, dois estão em
fase de conclusão. Também haverá um esforço para encaminhar os imigrantes para
outras regiões do país – a chamada interiorização.
Outra medida é a manutenção
de um abrigo de transição, entre Boa Vista e Pacaraima, para atendimento
humanitário dos migrantes que aguardam o processo de interiorização, de forma a
reduzir o número de pessoas nas ruas.
Serão intensificadas as
negociações para o início das obras do “linhão”, que permitirá a integração do
estado de Roraima com o sistema elétrico nacional.
Estopim
O estopim da crise em
Roraima ocorreu há dois dias, no sábado (18), em Pacaraima, em Roraima.
Moradores da cidade atacaram barracas dos imigrantes venezuelanos, inclusive
ateando fogo, depois que um comerciante local foi assaltado e espancado. De
acordo com as autoridades locais, não há registro de feridos entre os
venezuelanos. Há suspeita de que o assalto tenha sido praticado por um grupo de
venezuelanos.
Depois do episódio, o
Exército confirmou que 1,2 mil venezuelanos cruzaram de volta a fronteira do
país com o Brasil.
Em nota, a Presidência da
República disse que governo federal “está comprometido com a proteção da
integridade de brasileiros e venezuelanos”, e que o Itamaraty está em contato
com as autoridades venezuelanas.
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